
A QUALIDADE NA ARTE DA ESTAMPAGEM
A Qualistamp é uma empresa de Medelo dedicada à estampagem posicional de artigos têxteis. Fundada em 2006, surgiu da fusão do conhecimento académico em engenharia e gestão industrial de Romeu Vieira com os 29 anos de experiência que Artur Marinho acumulou nesta área de atividade.

Confessando que a empresa foi criada numa fase complicada do mercado nacional, Romeu Vieira afirma que “é necessário ter coragem e acreditar quando sentimos que é o momento certo. Naquela altura havia empresas com muita capacidade de resposta, mas a verdade é que muitas delas faziam mais do mesmo”. E foi aí que encontraram a sua principal característica: trabalhar na diferenciação. Fazer diferente, mantendo como base a qualidade.
Quando se fala em diferenciação fala-se também em alteração de processos de fabrico. O know-how de Artur Marinho é várias vezes utilizado na alteração das máquinas de forma a conciliar técnicas que à partida seriam incompatíveis. Ambos os empresários concordam que os fornecedores das próprias máquinas não apostam em certos métodos, sendo que as alterações que o empresário faz acabam por tornar a empresa única em determinados processos. E alguns clientes que não encontram respostas para o que procuram acabam, muitas vezes, por recorrer à Qualistamp.
Já o sucesso, além de passar em grande parte por essa diferenciação, deve-se também à exigência. Romeu Vieira afirma que “consiste em estar bem rodeado, quer de prestadores de serviços, quer de fornecedores, assim como de recursos humanos. Este é um processo de gestão que no final faz a diferença.”
Ao longo do tempo a Qualistamp sempre se concentrou na atualização, investindo em equipamento produtivo que permitisse rentabilidades superiores, assim como na adaptação às tendências do mercado e acompanhamento dos clientes. Estes acabam por se tornar procedimentos irrenunciáveis quando se trata de uma casa que trabalha com produtos de moda em que o grupo Inditex é o cliente mais representativo. “No fundo já são dez anos a investir em tecnologia, na qualificação dos colaboradores e a inovar nos produtos”, confirmam os empresários.
No sentido de se manterem atualizados, os fundadores desta empresa acompanham as feiras internacionais daquele setor, como a ITMA, a Fespa, entre outras. “Acompanhamos também o processo de desenvolvimento com os clientes, porque têm gabinetes com designers a desenvolver diariamente modelos e a conjugar técnicas, e nós depois tornamos possível essa mesma conjugação de acordo com as tendências que nos são comunicadas.” Para se compreender a tendência, verificam que diferentes clientes procuram um mesmo produto. “Neste momento a procura é de cores fluorescentes, vão voltar. Depois, de acordo com uma tendência, nós desenvolvemos estampados adequados às necessidades dos clientes”.
Desde a idealização até à entrega ao cliente, o processo dentro desta empresa passa por vários passos: tudo começa com a receção do desenho, desenvolvido pelo cliente, onde é “efetuado um tratamento específico de acordo com o objetivo final do mesmo”. Desta forma, é realizada a separação de cores e identificação das técnicas de estampagem a utilizar. Procede-se à gravação dos quadros. Após serem elaboradas as cores e as respetivas amostras, as mesmas são submetidas a aprovação. No caso de ser aprovado, há um momento de negociação onde são acordados os timings de produção”.
Com uma capacidade de produção bastante considerável, atualmente a empresa conta com 32 colaboradores e com intenção de crescer. Quanto à equipa, é jovem e proativa e conta com profissionais qualificados e com experiência no setor.
Já a formação é dada dentro da própria empresa, englobando uma formação geral de higiene e segurança no trabalho e uma outra mais técnica e específica, direcionada para cada linha de produção permitindo assim exemplificar os cuidados a ter e de que forma é suposto realizar a tarefa.
Quanto ao balanço, “é extremamente positivo”, diz Romeu Vieira, quando reflete que em dez anos esta empresa já chegou ao patamar de estar a competir com empresas de nível internacional. A competência e capacidade, o empenho e dedicação, tornam a Qualistamp numa empresa sólida e de referência, com uma notoriedade mundial.
No que diz respeito ao futuro, os empresários perspetivam aumentar a capacidade produtiva. Para isso estão já a construir uma nova unidade industrial, tencionando fazer a transição ainda durante este ano. O objetivo é ter um espaço que permita crescer e organizar a empresa de uma forma mais eficiente. A organização num novo espaço e otimização do sistema de produção permitirão, com os mesmos recursos materiais e humanos, aumentar a rentabilidade. Para além disso está previsto um aumento da capacidade de produção com a implementação de mais uma linha produtiva, implicando o recrutamento de novos colaboradores. Deste modo terão capacidade para aumentar o leque de clientes e arrancar com novos mercados, “porque entendemos que há essa necessidade.” A nova unidade industrial localiza-se na zona industrial Monte da Pena, na freguesia de Golães, continuando no concelho de Fafe. “Iremos sempre apostar na diferenciação, baseados em três variáveis muito importantes: qualidade, preço e prazo. É o cumprimento destas três que define a sustentabilidade deste modelo de negócio”, finaliza Romeu Vieira.